5 minutos de leitura
Pets, aposentadoria, hipocrisia—e a morte de Cristo
Hoje é sexta-feira da Paixão, dia 29 de Março—2024. Hoje Cristo deixou esse mundo pelos nossos pecados. Hoje eu não deveria estar escrevendo esse texto, mas meditando sobre a morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. Me desculpem.
Ontem fui ao depósito levar algumas coisas para liberar um espaço na casa, chegando lá, precisei usar o banheiro (sou homem). Ao perguntar onde fica ou qual deveria usar, a funcionária do depósito me disse para usar o banheiro deles, pois o principal para clientes estava interditado, logo me veio o pensamento: o que será que aconteceu? Resolvi perguntar a ela—e puxar um assunto a respeito de higiene masculina, pois achei que estavam limpando.
Le problème: A maioria dos homens mijam emporcalhando o banheiro todo—e tem péssimos hábitos de higiene pessoal. It's true.
E qual a origem disso? má criação, problemas familiares, dentre inúmeras outras coisas. Mas vou me limitar apenas a conectar os pontos fazendo jus ao título do texto.
Ao andar pelas ruas, percebo muitos homens se preocupando com pets—com sacolinha, catando cada cocô deixado pelo caminho (vejam, vizinhos…sou um bom cidadão para com a cidade, recolho o cocô do meu pet! Sigam meu exemplo…), e também carregando lenços higiênicos no bolso para limpar xixi caso o “pet” o faça em áreas condominiais.
Que engraçado, não? Ao passo que enxergo nisso um profundo vazio espiritual das pessoas, vejo como as coisas foram “invertidas”. Reflitam: tanto esforço para cuidar de um animal sem alma, ao passo que, dentro de casa, sua esposa sofre para deixar a casa e o banheiro da suite em dia. E sim, eu sei que tem mulher que também está “cagando e andando” para limpeza dentro de casa. Mas é assunto para outro texto…
E o que tem a ver aposentadoria com isso, ou até, Jesus Cristo? É o seguinte: Cristo morreu no dia de hoje, pelos nossos pecados, pela dureza de nossos corações. Falta o amor. Mas não é o amor que você está pensando. É o amor de quem está em eterno sacrifício por ALGUÉM (não por um pet). Vejam: homens se preocupando e desperdiçando seu tempo em recolher a b0st@ de cachorro, do que em mijar corretamente para que seja menos sofrido para as esposas dentro de casa—ou—aquelas senhoras que limpam os banheiros do shopping.
As pessoas não se preocupam nem em retirar o prato da mesa quando almoçam no shopping, para que seja menos sofrido para aqueles homens e mulheres, próximos aos 60 anos não tenham que se desgastar fisicamente, recolhendo pratos de mesa em mesa.
“Ah, mas se eu tô pagando, ele tem a obrigação de retirar o prato da mesa”.
“Ah, mas se eu retirar o prato da mesa, ele será desempregado”.
“Ah, mas não tenho tempo, minha vida é muito corrida”.
Enfim. Desculpas, desculpas e mais desculpas—e só desculpas, e nenhuma delas trafega pela via que deve: amor e caridade. Reflitam: por que homens e mulheres de 50 - 60 anos estão recolhendo pratos em shopping? Deviam estar aposentados, não? Sim. Deviam estar descansando e se dedicando à um trabalho que não seja a renda primária. Mas fato é que a minoria hoje consegue viver só com o dinheiro da aposentadoria “do INSS”, precisam trabalhar. E infelizmente, precisam em trabalhar em funções que não deveriam, pois "é o que tá disponível”.
É assim que enxergo que hoje “escravizamos” pessoas. Sujeitando elas a fazer o que a nossa preguiça e falta de sacrifício e amor não nos permite que façamos. É o famoso “mas eu tô pagando…”
- É não saindo do carro para calibrar o pneu e pedir que alguém faça por nós…afinal, tá quente lá fora né? Eu lá vou sair do meu ar condicionado—no meu mais novo “carro elétrico”?!;
- É não retirando o prato e aguardando que alguém o tire (geralmente alguém mais velho);
- É não limpando o banheiro de casa ao mijar errado e largando para as esposas sofrerem com o fedor de urina, e os pisos encardidos e o cheiro de urina nas paredes.
E ao mesmo tempo, “escravizados” por um animal sem alma. As mesmas pessoas, andando por ai pelas ruas, às vezes até com hora marcada (o pet tem horário…), recolhendo b0st@! de cachorro. Cachorro esses que não produzem qualquer valor cristão para você, não o ajuda no exercício de qualquer virtude, tampouco produzirá mais almas pra Deus e perdurará sua descendência.
Enfim, é de se refletir: por que raios você anda limpando b0st@ de cachorro todo dia, e gerando discussões em grupo de condomínio sobre “pets”, sendo que você mesmo, não consegue enxergar que sua vida vai ficando espiritualmente vazia, quando se recusa a querer enxergar e discutir os problemas verdadeiros pelo qual Cristo sofreu—e morreu—no dia de hoje.
Eu gosto de animais, principalmente cachorros. Mas não os “amo” no sentido cristão da palavra. Jamais colocarei em risco a minha vida espiritual, ou de minha família, gerando sacrifícios como os citados acima (limpar cocô de gato e secar xixi de cachorro em elevador). Busco servir as almas que Deus me envia, diariamente, e com pequenos hábitos, pois é aí que encontra-se um caminho e vida verdadeiramente cristã.
Esse texto não é para você que, mora em uma boa casa, e existe um bom espaço destinado à cachorro. Onde esse mesmo cachorro, lhe serve, proporcionando algum engajamento com seus filhos, seja brincando, correndo e dando carinho—e você que se preocupa em ter bons hábitos de higiene e sabe que o seu está em dia com o Senhor, fazendo sacrifícios para almas de verdade.
Esse texto é para gerar reflexão, em você que, mora em apartamento, tem péssimos hábitos de higiene, e todo santo dia, larga um banheiro sujo, uma pia emporcalhada, para sua esposa cuidar. E sim, não é você que deveria estar cuidando disso, na verdade, é algo que é próprio da mulher mesmo fazer: deixar a casa em ordem. A vida será menos dolorosa para ela, se você ajudar. Assim como deve ajudar aqueles que não deviam estar retirando pratos sujos de comida no shopping e andando 50 quilômetros por dia num espaço limitado, só fazendo isso. Nem todo emprego é digno. E o fato de ser remunerado, não implica que suas obrigações podem faltar…
Think it through. Não seja hipócrita. Não ande por ai limpando cocô de cachorro pelas ruas e andando com sacolinha no bolso, engajando em briga sobre normas de condomínio para pets, enquanto a vida passa, e as discussões que importam dentro de casa (sobre os futuros filhos, sobre caridade, sobre virtudes, etc) ficam de lado, enquanto você “no shape” se ocupa a ser “escravizado” por um animal de pequeno porte, que não contribui em nada para uma vida verdadeiramente cristã.
Pensem. Reflitam. Não se emocionem com pets. Façam isso com verdadeiras almas que neste mundo vieram por decisão de Deus. Larguem essa vida de servir a pet. Gostem dos animais—e os tratem pelo que são: animais. Desde quando animal virou ser humano, para você levar para escola, andar por ai vigiando o que faz, e montando festa de “aniversário”.
E pelo amor de Deus: se você mora em apartamento, esquece. Não é lugar pra cachorro. E não, um cachorro não irá te livrar da tristeza e vazio interior que está aí dentro de você, diariamente servindo a pet e fazendo manutenção do bando de sujeira que ele gera. Só Deus irá. Inicie o seu caminho de conversão o quanto antes e comece a resolver isso através da Eucaristia e vida de confessionário. Sirva a Deus. Sirva as almas que ele te envia diariamente. E de preferência, sirva presencialmente—com verdadeiros atos de sacrifício, amor e caridade, e não remotamente (na internet). Carregue a sua cruz nas costas, não o seu pet no colo.
Que Deus abençoe você e sua família—e uma feliz Páscoa!
Disclaimer: a reprodução total desse texto embarca em um formato mais “analógico” (PDF), para evitar alterações e “garantir” consistência da cópia. Muitos “retiram” suas palavras editando o texto após publicar, não assumindo o que dizem—ou cedendo à pressões. Meu intuito é apenas gerar reflexão, e, se for da vontade de Deus, contribuir para uma pequena conversão na vida dos leitores.